FMI
considera metas de crescimento na China "insustentáveis"
Toby
Melville / Reuters
China: as autoridades chinesas, por sua vez,
preveem um crescimento médio de entre 6,5% e 7%
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta sexta-feira que a
economia da China
vive um
excesso de crédito para alcançar metas de alto crescimento que são
"insustentáveis", e indicou que o Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático irá
desacelerar até crescer abaixo de 6% em 2020.
"A economia está avançando em muitas dimensões
de reequilíbrio, especialmente na mudança da indústria para os serviços e do
investimento para o consumo", afirmou o FMI no documento ampliado de sua
revisão anual da economia chinesa.
No entanto, a organização ressaltou que a economia
do país asiático se atrasou em outros aspectos, "como no fortalecimento
das empresas públicas, na regulamentação financeira e na contenção do rápido
crescimento do crédito".
Para o FMI, existem riscos em uma dependência excessiva
na expansão do crédito com o objetivo de conseguir alcançar metas de
crescimento "insustentáveis".
Além disso, a organização multilateral considera
que "a dívida empresarial das empresas, apesar de ainda ser administrável,
em torno de 145% do PIB, é elevada para qualquer parâmetro".
Em 2007, a dívida empresarial chinesa era de 100%
do PIB.
O FMI prevê que a China cresça 6,6% em 2016, e 6,2%
em 2017, contra 6,9% no ano passado.
Posteriormente, a desaceleração continuará com
taxas estimadas anuais de 6% em 2018 e 2019, e cairá para 5,9% em 2020.
As autoridades chinesas, por sua vez, preveem um
crescimento médio de entre 6,5% e 7% nos próximos cinco anos.
A desaceleração da economia chinesa é um dos
motivos do baixo ritmo de crescimento global, com importantes efeitos sobre os
mercados emergentes, e que se soma à fragilidade que algumas economias
avançadas ainda apresentam, como o Japão e a zona do euro, após a crise de
2008-2010.
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