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Governo liderado por Aristides Gomes, saído das legislativas de 2019, foi demitido por Sissoco Embaló |
Nas últimas semanas, surgiram no Parlamento várias denúncias dos
deputados das bancadas dos partidos que agora governam a Guiné-Bissau -
Movimento para a Alternância Democrática (MADEM G-15) e Partido de Renovação
Social (PRS) - sobre a alegada corrupção envolvendo o ex-primeiro-ministro Aristides Gomes, que foi
demitido em fevereiro, um dia depois de Umaro Sissoco Embaló ter tomado posse,
simbolicamente, como Presidente da Guiné-Bissau. Desde então, o ex-governante
refugiou-se na sede das Nações Unidas, na capital guineense.
O
Ministério Público guineense enviou uma carta à representação da ONU em Bissau
a pedir a entrega de Aristides Gomes à justiça, confirmou já
um asssessor do ex-primeiro-ministro. O pedido não é questionável, em termos
legais, mas terá sempre conotações políticas, afirmou à DW África o jurista
Luís Vaz Martins.
"Não
há aqui grandes questões para colocar, em termos da lei. Mas um inquérito sobre
o suposto crime, nesta altura do campeonato, só nos leva a pensar que,
efetivamente, essa investigação terá mais conotações políticas, do que
propriamente a busca com objetividade, com vista à descoberta da verdade e a
realização da justiça", sublinha o jurista guineense, que lembra ainda que
já se assistiu a "várias situações que requerem uma investigação urgente
da parte do Ministério Público, mas assim não aconteceu."
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Rosine Coulibaly, representante especial do secretário-geral da ONU, |
"É pura perseguição"
"É
pura perseguição", conclui, por sua vez, o analista político Rui Landim em
declarações à DW África. "É simplesmente ajustar contas com ele [Aristides
Gomes] sobre toneladas de drogas que apreendeu [enquanto
primeiro-ministro] e penas pesadas a que os traficantes foram
condenados", argumenta.
Esta
segunda-feira (03.08), o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, recebeu em
audiência a representante especial do secretário-geral das Nações Unidas,
Rosine Coulibaly, que à saída preferiu falar de outro assunto.
"Para
não dizer muito, no próximo dia 10 de agosto, farei um briefing no Conselho de
Segurança das Nações Unidas sobre a evolução da situação na Guiné-Bissau e
encontrarei os atores políticos nacionais, mas o primeiro que encontro é o
Presidente da República, para análise da situação e sobre os progressos
alcançados e as dificuldades", declarou Coulibaly.
A
Missão Integrada de Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) "vai
terminar em breve e o importante é que as reformas sobre a qual nós estamos
engajados avancem", acrescentou a representante do secretário-geral das
Nações Unidas.
A
DW África tentou, sem sucesso, junto de várias fontes, confirmar a existência
da carta do Ministério Público enviada às Nações Unidas.
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