Microcefalia
é apenas ponta do iceberg de anomalias associadas ao zika, diz OMS
Redação | São Paulo - 10/03/2016 - 11h09
Entidade diz também que transmissão via sexo é mais comum do que se
pensava e recomenda que, em caso de gravidez, casais usem camisinha
Dados de pesquisas mais recentes
sobre o vírus zika apontam que a "microcefalia é apenas uma das várias
anomalias associadas à infecção durante a gravidez", afirmou a diretora da
OMS (Organização Mundial da Saúde), Margaret Chan, nesta terça-feira (08/03).
A entidade afirmou também que a
transmissão por meio de relações sexuais é mais comum do que se imaginava. Por
isso, a OMS recomenda que em caso de gravidez, os casais adotem o uso de
preservativos durante o sexo.
EFE
Vírus
zika já foi registrado em 41 países e transmitido no interior de 31
Chan pontuou que as autoridades
de cada país não devem aguardar a confirmação científica para tomar medidas em
prol da saúde pública. O vírus foi identificado em 41 países, sobretudo nas
Américas. Brasil e Colômbia são os mais afetados.
Infecção
A chefe da OMS confirmou que o
zika foi detectado no líquido amniótico e "evidências mostram que o vírus
pode atravessar a placenta e infectar o feto". O vírus já foi detectado no
sangue, no tecido cerebral e no fluído cérebro espinhal de fetos após abortos
(naturais ou não) ou em natimortos.
Há casos que incluem morte do
feto, insuficiência placentária, retardo no crescimento do feto e danos ao
sistema nervoso central. Até agora, apenas Brasil e Polinésia Francesa
documentaram casos de microcefalia, mas a Colômbia está sob forte vigilância.
Segundo Chan, desde que o Comitê
de Emergência foi criado, várias pesquisas reforçaram a "associação entre
a infecção de zika e a ocorrência de má formação fetal e de desordens
neurológicas".
"Em uma grávida que teve
sintomas de zika com 18 semanas, o bebê tinha catarata em um dos olhos, um olho
menor que o outro, além de cérebro e cerebelo quase inexistentes", apontou
a médica Adriana Melo, da Paraíba, um dos Estados brasileiros com maior número
de crianças afetadas, em entrevista ao UOL.
Casos de bebês com sobreposição
de dedos, braços e pernas curvadas e até com um braço maior que o outro
foram apresentados durante um seminário sobre zika no Recife, que reuniu
profissionais de vários Estados do Brasil para compartilharem experiências.
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