Advogado
diz que não houve má-fé na aparição de Lula na propaganda
Publicado
em 05/09/2018 - 12:29
Por Carolina
Gonçalves - Repórter da Agência Brasil Brasília
O advogado da campanha política
do PT, ex-ministro de Justiça no governo Dilma Rousseff Eugênio Aragão, disse
hoje (5) que não houve má-fé na divulgação de programas e inserções de rádio e
TV veiculados nos últimos dias em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ainda aparece como candidato à Presidência da República.
“Não foi afronta! Foi um problema
técnico. Não conseguimos trocar todas as mídias em tempo”, disse o advogado.
Advogado da campanha eleitoral do PT Eugênio Aragão
disse que não houve má-fe na propaganda eleitoral do partido - Arquivo/Agência
Brasil
Segundo Aragão a equipe de
produção publicitária conseguiu refazer os conteúdos rapidamente, mas a troca
das gravações com as que já haviam sido entregues às emissoras não foi
concluída em tempo. O advogado garantiu que, apesar de o partido ter recebido
notificações sobre esses programas, não houve aplicação de multas até o
momento. “Só se repetir a mídia, e não temos pretensão de repetir”, disse.
Na madrugada do último dia 1º, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, por 6 votos a 1,
o registro de candidatura de Lula à Presidência da República nas eleições de
outubro, proibindo, também, que o ex-presidente apareça no programa eleitoral
como cabeça de chapa. Pela decisão, o partido têm dez dias para substituir o
nome do candidato ao Planalto. A expectativa era a da confirmação do nome do
ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad que, até então, figurava como
candidato a vice-presidente.
Ao classificar a situação como
delicada e complexa, Aragão disse que o PT vai seguir as determinações da
Justiça, mas que vai manter Lula em 25% do tempo de propaganda que são
reservados aos apoios à coligação. Segundo ele, em conversas que vem sendo
mantidas com a Justiça, ficou claro que essa aparição está permitida. “Temos
tido o cuidado para não extrapolar esse tempo”, disse.
Ontem (4), a defesa do ex-presidente entrou com um recurso no
Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a Corte afaste qualquer impedimento
à candidatura do petista. Há dois dias, a direção do PT também havia anunciado
que recorreria novamente ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das
Nações Unidas (ONU) para reverter a situação.
Aragão definiu o momento como um
limbo eleitoral e disse que vai esperar até o último momento para a definição
da chapa. Com isso, a confirmação sobre o novo formato da chapa só será
anunciada no dia 11.
O órgão internacional, provocado
pelo jurídico do partido, emitiu no último dia 17 de agosto um comunicado
ao governo brasileiro recomendando o reconhecimento dos direitos políticos do
ex-presidente. O Itamaraty ressaltou, na data, o caráter único de recomendação
do documento, sem que produza efeitos jurídicos.
No TSE, o PT acumula cinco
derrotas diante de tentativas de manter direta ou indiretamente Lula na
disputa. A última decisão do tribunal foi proferida ontem (4), quando o
ministro Luís Felipe Salomão pediu a suspensão da divulgação de mais uma
propaganda do partido na TV com a presença do ex-presidente.
Saiba mais
- Fachin rejeita julgamento presencial de recurso de Lula no STF
- TSE suspende inserções do PT na TV que usam imagem de Lula
Edição: Fernando
Fraga
Nenhum comentário:
Postar um comentário