Chanceler
descarta emprego das Forças Armadas na Venezuela
Araújo diz que
serão feitos esforços diplomáticos para dirimir crise
Publicado em 20/03/2019 - 17:08
Por Ana Cristina Campos – Repórter
da Agência Brasil Brasília
O
ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou hoje (20) que o
governo do Brasil não trabalha com a possibilidade de emprego das Forças
Armadas na Venezuela. A hipótese de intervenção militar no país vizinho
foi descartada, anteriormente, pelo porta-voz da Presidência da República,
Otávio do Rêgo Barros.
“O Brasil
tem capacidade de atuação sobretudo diplomática e política e nós vamos tentar
usar ao máximo [esses instrumentos]”, disse o chanceler. A crise venezuelana
atinge a economia, política e a área social. Para Araújo, “é preciso agir” no
esforço de impedir o agravamento da situação, mas as medidas não foram
definidas.
Alcolumbre: “sempre defendi a aproximação do presidente no entendimento com o Congresso” (Arquivo/José Cruz/Agência Brasil)
“Coincidimos
[com os Estados Unidos] inteiramente no caráter inaceitável do que está
acontecendo na Venezuela, em termos de tragédia humana, uma sociedade que está
sendo esfacelada por um regime ditatorial”, afirmou o chanceler.
Araújo se
referiu à permanência do presidente Nicolás Maduro no poder e nos impactos
sobre a sociedade venezuelana da crise, provocando fome, desemprego e fuga de
imigrantes.
“Não
entramos em detalhes do que fazer frente a isso. Há uma convicção de que é
preciso agir, de que é preciso não deixar que se volte a uma normalidade
totalmente espúria na Venezuela. Os Estados Unidos têm capacidade de atuação através
de sanções econômicas que ainda podem ser ampliadas”, disse Araújo em coletiva
de imprensa.
O presidente do Brasil, Jair
Bolsonaro, e o presidente dos EUA, Donald Trump, durante uma entrevista
coletiva no Rose Garden da Casa Branca, em Washington (EUA) - Isac Nóbrega/PR
Ontem
(19), antes de retornar ao Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse em Washington
ser favorável às negociações diplomáticas na tentativa de encerrar o impasse na
Venezuela. Um grupo de aproximadamente 50 nações, incluindo o Brasil, apoia
Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino.
No
encontro com Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse
que todas as alterantivas estão sobre a
mesa no que se refere à Venezuela.
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