Mulheres são
maioria entre entre trabalhadores com ensino superior
Maioria no mercado
de trabalho, elas ganham 41% a menos que eles
Publicado em 06/03/2020 - 16:05
Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo
Levantamento feito pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior
(Semesp) apontou que ainda há desigualdade de gênero no mercado de trabalho
brasileiro.
Segundo os dados da pesquisa, as mulheres com ensino superior completo
são a maioria no mercado de trabalho brasileiro (55,1% do total) na comparação
com os homens com ensino superior. Essas mesmas mulheres com ensino superior
também são maioria entre o número de admitidos de janeiro e dezembro do ano
passado, principalmente na faixa etária entre 25 e 34 anos. Mas quanto ao
rendimento, os maiores salários entre quem tem ensino superior ainda são dos
homens, independentemente da idade.
No Brasil, a média salarial dos admitidos com ensino superior completo é
de R$ 4.640 para homens e de R$ 3.287 para as mulheres, ou seja, em média, a
mulher ainda recebe 41% a menos em seus salários em comparação aos homens.
Para a vice-presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, não há justificativa
para o fato de as mulheres terem salários menores que os homens. "As
mulheres já provaram sua competência em todas as áreas do conhecimento. Não se
justifica terem menor rendimento. Isso acontece em outros países também,
conforme relatório da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico). Fatores como progressão de carreira, natureza do trabalho (mesmo
que dentro de um mesmo setor), tipos de contrato e vida familiar podem ter
influência nesta injustificável disparidade de gênero, a ser superada”, disse
ela.
Outro problema demonstrado pela pesquisa é que, após os 30 anos de
idade, o salário avança para os homens, enquanto as mulheres têm pouca evolução
salarial ao longo da carreira.
“Os números indicam que a desigualdade de gênero no Brasil ainda é
grande. As mulheres são maioria nos cursos de ensino superior. Entretanto, essa
busca das mulheres por qualificação e aperfeiçoamento profissional, na maioria
dos casos, não representa aumento significativo na renda mensal”, disse Rodrigo
Capelato, diretor-executivo do Semesp.
Edição: Aline Leal
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