quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Avanço de direitos em Portugal



Parlamento de Portugal derruba vetos a novas regras para aborto e à adoção por casais gays
Redação | São Paulo - 10/02/2016 - 18h39
Ambos projetos foram aprovados por socialistas e pelas forças de esquerda, que são maioria; agora, Cavaco Silva é obrigado a sancionar os textos






O Parlamento de Portugal derrubou nesta quarta-feira (10/02) os vetos do presidente do país, Aníbal Cavaco Silva, às leis que regulam a adoção por casais homossexuais e criam novas regras para o aborto. Como os textos foram aprovados pela segunda vez, o mandatário do país é obrigado a promulgá-las.

Os dois projetos foram aprovados com votos dos Socialistas, que comandam o governo desde o final do ano passado, e por outras forças de esquerda. Os partidos de centro-direita lamentaram a decisão, dizendo que seria necessário um debate “mais amplo”.

Rita Duarte/Facebook
Parlamento português derrubou veto que impedia adoção de crianças por casais gays

Cavaco Silva, católico praticante que deixará a presidência no próximo dia 9 de março, após dois mandatos consecutivos no cargo, rejeitou em primeira instância as novas leis e reivindicou que voltassem a ser debatidas no parlamento.

Em comunicado divulgado no dia 25 de janeiro, o presidente português justificou sua decisão de vetar a lei que permite a adoção a casais homossexuais por considerar que ainda é preciso "demonstrar" que a lei "promove o bem-estar dos menores", cujos interesses devem "prevalecer".

"É importante assegurar que uma mudança tão relevante em uma questão de grande sensibilidade social não entre em vigor sem um amplo e esclarecedor debate público", afirmou Cavaco Silva.


O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi regulamentado em 2010 no país, mas a adoção de crianças era vetada.

Aborto
No texto aprovado hoje, o Parlamento alterou uma norma aprovada pelos próprios parlamentares no ano passado – quando os conservadores tinham maioria – que criava dificuldades e exigia mais condições a serem cumpridas pelas mulheres que desejassem abortar: passou a ser exigido o pagamento de taxas para abortar e as obrigava a receber aconselhamento psicológico antes de tomar uma decisão.

A lei aprovada nesta quarta reverte estas modificações.

Na opinião do presidente, o texto "diminui os direitos de informação e elimina a obrigatoriedade de um acompanhamento técnico e especializado durante o período de reflexão" da mulher que pretende abortar.

Cavaco Silva será substituído em março por Marcelo Rebelo de Sousa, que ganhou em janeiro as eleições presidenciais com 52% dos votos.
(*) Com Efe

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