quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Caminho da paz e entendimento

Chefe de Estado e
primeiro-ministro
saúdam exemplo de democracia do Tribunal Constitucional da Guiné-Bissau










As autoridades cabo-verdianas saudaram o exemplo de democracia dado pelo Tribunal Constitucional da Guiné-Bissau que considerou inconstitucional, na forma e na matéria, o decreto presidencial que nomeou Baciro Djá para o cargo de primeiro-ministro.

Tanto o Presidente da República como o primeiro-ministro de Cabo Verde apelam ao diálogo entre os atores políticos guineenses.

Numa primeira reação, o Chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, desejou que qualquer solução na Guiné-Bissau passe pelo cumprimento da Constituição e que «tenha em conta a necessidade da estabilidade do país e, sobretudo, o interesse mais fundo dos guineenses, em tranquilidade, paz e a retomada dos caminhos do progresso».

Também o primeiro-ministro cabo-verdiano saudou o exemplo de democracia dado pelo Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau. José Maria Neves disse, em declarações à RCV, que quando leu acórdão do Supremo Tribunal de Justiça ficou «agradavelmente surpreendido e satisfeito» por saber que as instituições estão a funcionar.

«O mais importante num Estado de direito democrático é que os órgãos de soberania funcionem, haja separação de poderes e que o poder judicial possa dizer a última palavra», realçou.

José Maria Neves apelou a um diálogo permanente e paciente entre os atores políticos guineenses para que haja «muita serenidade, muita responsabilidade e um diálogo sincero entre as diferentes instituições para que o povo da Guiné-Bissau saia a ganhar deste processo».

Cabo Verde e Guiné-Bissau têm ligações históricas culturais seculares, tendo, inclusive, lutado juntos pela independência dos dois países.

As cíclicas crises políticas na Guiné-Bissau são intensamente vividas e lamentadas em Cabo Verde.
Daniel Almeida, Cabo Verde


terça-feira, 8 de setembro de 2015

Desejamos uma África em paz



Presidente português
pede à Guiné-Bissau
que coloque o povo
em primeiro lugar




O presidente de Portugal, Cavaco Silva, pediu hoje (8) aos líderes da Guiné-Bissau que coloquem “em primeiro lugar as preocupações do povo”. Ele afirmou que a comunidade internacional continuará a trabalhar em busca de uma solução para a crise política no país.

Ao final de uma audiência concedida ao presidente do Senegal, Macky Sall, no Palácio de Belém, Cavaco Silva disse que Portugal é solidário com o povo guineense e lembrou que a destituição do governo era “a última coisa desejável”.

Em agosto, o presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, demitiu o primeiro-ministro eleito, Domingos Simões Pereira, nome que voltou a ser apresentado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, que venceu as eleições. O nome, no entanto, foi rejeitado por Vaz, que nomeou para o cargo Baciro Djá, empossado nessa segunda-feira.

“Essa crise política era a última coisa que Portugal desejaria para a Guiné-Bissau neste momento, depois da esperança criada com as eleições do ano passado e depois da conferência de Bruxelas, que disponibilizou apoio financeiro significativo para o desenvolvimento do país”, disse Cavaco Silva.

O presidente lembrou que Portugal e o Senegal continuarão a buscar a normalização na Guiné. O presidente senegalês destacou a necessidade de diálogo entre os líderes políticos, visando a retomar a estabilidade. “Esperamos, com o apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da União Europeia e das Nações Unidas, poder ajudar as autoridades guineenses e a classe política a sair da crise”, afirmou Macky Sall.

08/09/2015 11h19 - Lisboa
Da Agência Lusa